O FENÔMENO CSI: MITOS E VERDADES CONTADOS NOS SERIADOS SOBRE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.

“Nem tudo o que você vê, é o que parece ser na realidade”

Para você que assiste diariamente seriados televisivos que abordam a temática sobre investigação criminal, está dedicado este artigo.

O surgimento da serie CSI trouxe ao presente uma representação exagerada do trabalho do perito e das ciências forenses o que repercute e influi direta, positiva e negativamente na percepção da sociedade sobre a criminalística e os profissionais dedicados a ela, estou dizendo isto porque pessoalmente inúmeras vezes tive que enfrentar de profissionais do direito até de magistrados, o grande questionamento: como é que em CSI é possível?

Um aspecto positivo deste fenômeno que vêm crescendo a passos gigantes é a maior conscientização social das ciências forenses e por sobre tudo da ampla visibilidade do trabalho do perito particular e a grande demanda por parte de alguns atores sociais de determinados elementos de prova de maneira antecipada e privada o que acelera em alguns casos o andamento dos processos judiciais e de certa maneira desafoga o trabalho da pericia criminal oficial.

Muitos capítulos da serie estão baseados em fatos reais investigados por Elizabeth Devine, perita criminal, especialista em investigações de cenas de crime, aposentada e produtora executiva do seriado, por isso a pergunta sobre o que é verdade e o que é ficção é pertinente neste ponto e sobre isso vamos falar agora.

Nos seriados os resultados dos exames forenses realizados sobre os vestígios levantados no local de um crime são entregues em poucas horas, longe isso está da nossa realidade, já que alguns exames podem levar dias ou semanas, dependendo do caso, isso porque todos os vestígios precisam inicialmente ser lacrados, registrados, carimbados, avaliados, rotulados e depois enviados ao laboratório com a respectiva cadeia de custodia. Essa parte demanda muito tempo e está cheia de burocracia e tão somente depois de tudo isso são interpretados por um perito que elabora o laudo pericial.

Um aspecto negativo desta seria foi o repentino aumento e procura nas universidades de estudantes que buscam se formar em ciências forenses, muitos deles enganados por casas de estudos surgidas do nada que prometem o que não devem e lucram com isso, colocando no mercado, profissionais poucos preparados para enfrentar o trabalho forense real.

Na vida real não existe uma equipe de peritos para casa caso, dedicado integralmente, cada equipe deve se ocupar de vários casos ao mesmo tempo e o índice de peritos criminais nos Institutos de Criminalística por quantidade de habitantes não é suficiente no Brasil. Fonte: Diagnóstico da Perícia Criminal – PNUD/SENASP/MJ, 2012

Nos laboratórios das séries televisivas é possível ver grandes e avançadas tecnologias colocadas ao serviço forense que na realidade não existem.

Outros dois grandes mitos são: a famosa “luz uv” e o “luminol”, a reação de luminescência na serie é tratada como um resultado categórico, embora na realidade isso não seja assim.


Poderíamos continuar enumerando mitos e verdades presentes nos seriados sobre investigação criminal, mas para terminar acredite SIM que o trabalho forense é muito mais apaixonante na vida real daquilo que você vê no seriado.

Roberto Carlos Meza Niella
Diretor de Forensic Consultoria

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