MERCADO LIVRE SUSPENDE ANÚNCIOS IMOBILIÁRIOS PROFISSIONAIS
Carlos Simon
Gigante no comércio de produtos
online, mas com uma tímida entrada no segmento de imóveis, o Mercado Livre está
anunciando aos seus parceiros o fim das contas imobiliárias profissionais no
Brasil.
A empresa já antecipou às
imobiliárias associadas que, a partir do dia 28 de fevereiro, os anúncios de
imóveis só poderão ser veiculados com os planos disponíveis para pessoa física,
de forma auto gerenciada.
Os atuais anúncios de imóveis
vinculados às contas profissionais poderão ser republicados, também a partir
dos planos disponíveis para pessoa física.
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No comunicado às imobiliárias, o
Mercado Livre destacou que “tomou a difícil decisão” por “razões estratégicas”, por “não poder
entregar a atenção e experiência que caracterizam a empresa”.
Os pacotes de anúncios
profissionais contratados atualmente não serão renovados após o dia 28, e a
divulgação será pausada automaticamente ao final dos 30 dias do ciclo
ativação/renovação. Para os casos de planos com validade trimestral ou
semestral, o valor proporcional ao período não utilizado será reembolsado.
Em resposta ao Imobi Report, o
Mercado Livre confirmou que não terá mais uma área exclusivamente dedicada a
apoiar o anúncio de imóveis de vendedores profissionais.
Segundo a empresa, a razão da
descontinuidade do serviço foi “direcionar esforços em frentes já consolidadas
no Brasil, priorizando o e-commerce e a frente de anúncio de veículos, áreas em
que o Mercado Livre enxerga mais potencial de entregar uma proposta de valor
altamente competitiva”.
O Mercado Livre afirmou ainda que
o fim dos anúncios imobiliários profissionais não acarretará em redução do
quadro de colaboradores da companhia no Brasil. A empresa não respondeu se
cogita oferecer no futuro algum outro serviço voltado a imóveis.
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HISTÓRICO
Embora seja uma das grandes
potências em vendas online da América Latina, o Mercado Livre jamais conseguiu
decolar no Brasil no segmento imobiliário.
A empresa, que tem capital aberto
nos Estados Unidos e ações à venda na Nasdaq, sofreu no Brasil com a concorrência
no segmento, especialmente da grande rival, a OLX, que pagou uma fortuna (R$ 3
bilhões) em 2020 para comprar grupo ZAP (portais Viva Real e ZAP), justamente
para trazer uma base sólida de tráfego e a expertise que faltava no segmento de
anúncios imobiliários.
Porém, na Argentina, origem do
Mercado Livre, o panorama é diferente. Ao contrário do Brasil, os imóveis têm
destaque no portal de anúncios do grupo em seus país-sede. Em novembro do ano
passado, o Mercado Livre comprou a Simplestate, startup argentina de
investimentos imobiliários, com o objetivo de ajudar o usuário a não apenas
encontrar um imóvel, mas também oferecendo mais de 40 projetos imobiliários
para investir.
Antes, em 2021, o ML havia
incrementado o setor de vendas imobiliárias ao permitir a adoção do bitcoin
para pagamento de imóveis em sua plataforma na Argentina.
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