PLANILHEIRO OU ORÇAMENTISTA?

 

Natalia Lima

"Pois qual de vós querendo edificar uma torre, antes não senta para calcular os gastos que são necessários a fim de ver se tem com que acaba-lá?" (Lucas 14-28) 

Em uma de suas muitas pregações, Jesus já alertou sobre a importância do orçamento para o sucesso da obra. Não é a toa que o setor é considerado estratégico dentro das organizações. 

Simbologias a parte, o fato é que sem um orçamento assertivo é quase impossível garantir o sucesso de uma obra. Mas afinal, o que torna o orçamento tão especial? 

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Resumidamente orçamento é o conjunto de despesas diretas e indiretas que te permitem analisar economicamente uma obra. É a partir dele que conseguimos analisar previamente o valor global e tomar decisões mais assertivas sobre a viabilidade, rentabilidade, fluxo de caixa, prazo, dentre outros. 

Sendo uma disciplina tão importante, o profissional responsável pelo custo carrega um alto grau de responsabilidade, pois tem em suas mãos a saúde financeira da empresa. Calcular um bom orçamento é a chave para que a execução atenda às expectativas do projeto. 

De maneira bem simplista, as atribuições do orçamentista são:

Analisar memoriais, editais e projetos

Verificar in loco todas as interferências do entorno à execução

Identificar e quantificar todos os serviços necessários a execução, direta ou indiretamente

Cotar todos os insumos necessários e balanceá-las

Compor todos os preços unitários

Calcular o BDI e o preço de venda 

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Para desempenhar com excelência todas essas funções e muitas vezes em um curto espaço de tempo, o profissional precisa ter dentre outras características um elevado conhecimento técnico, visão global de todas as disciplinas, boa interação com a equipe e saber lidar com pressão. Tudo o que não aprendemos na faculdade.

Infelizmente é comum encontrarmos na internet planilhas prontas, com "receitas milagrosas" para cálculo de orçamento. Esse cenário associado a uma cultura do "orçar por m²" e "é só uma planilha" tem acarretado o surgimento de profissionais que eu chamo de "Planilheiros". Aqueles que só sabem preencher planilhas e são incapazes de calcular qualquer CPU, que não dominam as particularidades do orçamento (principalmente a da especificidade) e que acham que as tabelas de referência, SINAPI ou ORSE por exemplo, podem ser usadas em qualquer tipo de obra. 

Por isso é indispensável que o Engenheiro que queira se tornar um verdadeiro orçamentista saia da graduação em busca de especializações e potencialize seu conhecimento através de networking (essa comunidade é um excelente local!). 

Precisamos estar em constante aprendizado. Cada vez mais o nível superior se torna superficial e o profissional que não se especializa torna-se obsoleto e esquecido. 

Por hora, eu encerro com uma pergunta:

O que você quer ser: Planilheiro ou um Engenheiro Especialista em Custo? Fica a dica

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